Em Busca da Geologia

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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Fossa das Marianas


A Fossa das Marianas é o local mais profundo dos oceanos, atingindo uma profundidade de 11034 metros. Localiza-se no Oceano Pacífico, a leste das Ilhas Marianas, na fronteira convergente entre as placas tectónicas do Pacífico e das Filipinas. Geologicamente, a fossa das Marianas é resultado geomorfológico de uma zona de subducção.
O homem chegou à Fossa das Marianas, pela primeira vez em 23 de janeiro de 1960, na única ocasião em que seres humanos estiveram no ponto mais profundo do globo, não havia como tirar fotografias, uma vez que as janelas do batiscafo foram diminuídas a tamanhos de moedas, para melhor resistir à pressão, e não existem registros visuais do evento. Os investigadores passaram 20 minutos no fundo do oceano, numa expedição que durou ao todo 9 horas.
A Fossa das Marianas é parte do limite convergente ao sistema que forma a fronteira entre duas placas tectónicas. Neste sistema, a extremidade ocidental de uma placa fica debaixo da menor placa Mariana, a oeste. Porque a placa do Pacífico é a maior de todas as placas tectónicas da Terra o material na sua extremidade ocidental teve um longo período de tempo desde a formação (até 170 milhões de anos) para compactar e tornar-se muito densa, daí a sua grande altura e diferença em relação à maior equitação Mariana Plate, no ponto onde a crosta Placa do Pacífico está introduzida. Esta profunda área no limite da placa é a parte mais adequada.
O movimento das placas do Pacífico e Mariana também é indiretamente responsável pela formação das Ilhas Marianas. Estas ilhas vulcânicas são causadas pela pressão do vapor a partir da ebulição da água que está presa em minerais na placa do Pacífico, onde a água é super-aquecida à medida que desce na profundidade mais quente por baixo da placa. A placa do Pacífico é empurrada por baixo da placa de Mariana, criando a Fossa das Marianas, e (mais adiante) o arco das ilhas Mariana, como a água presa na placa à pressão é liberada e explode para cima a formar vulcões da ilha. A trincheira descoberta na expedição em 1875, que registrou uma profundidade de 4.475 braças (8,184 km).
Durante os levantamentos realizados entre 1997 e 2001, um local foi encontrado ao longo da Fossa das Marianas, que tinha profundidade semelhante à Challenger. Em 2011, foi anunciado que um navio hidrográfico da Marinha EUA equipado com um sondador multifeixe realizou uma pesquisa que mapeou toda a trincheira a 100 m de resolução. O mapeamento revelou a existência de quatro afloramentos rochosos. A Fossa das Marianas é um local escolhido por pesquisadores da Universidade de Washington, desde 2012, para um levantamento sísmico a investigar o subsolo ciclo da água. Usando sismógrafos os cientistas são capazes de mapear estruturas tão profundas como 60 milhas (97 km) abaixo da superfície.







Ilhas Marianas

Vulcões nas Ilhas Marianas
            As Ilhas Marianas são um exemplo clássico de um arco vulcânico, uma cadeia de montanhas ou ilhas vulcânicas em arco, localizadas em zonas de subducção de placas tectónicas, neste caso, na região do Oceano Pacífico ocidental onde a Placa do Pacífico se encontra com a Placa das Filipinas.
            São 15 ilhas, com uma orientação aproximada norte-sul, das quais a que fica mais ao sul, Guam é um território dos Estados Unidos e as restantes 14 formam o “Estado Livre Associado” (ou Commonwealth) das Marianas Setentrionais, também dependentes dos Estados Unidos.
            As ilhas foram descobertas por Fernão de Magalhães em 1521, que as declarou colónia espanhola e as apelidou de "Las Islas de los Ladrones" (Ilhas dos Ladrões), aparentemente porque os nativos não eram amistosos. Em 1668 o nome das ilhas foi mudado para Las Marianas, em homenagem a Mariana da Áustria, viúva do rei Filipe IV de Espanha.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilhas_Marianas

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Açores: Vulcão dos Capelinhos é "exemplo científico" 57 anos após erupção
 
O vulcanólogo Vítor Hugo Forjaz diz que o vulcão dos Capelinhos, no Faial, é um "exemplo científico" que mobilizou e continua a mobilizar cientistas nacionais e internacionais.
 
"Os vulcões submarinos, até então observados, ocorriam longe de territórios habitados (longe da Islândia, longe dos Açores), algumas milhas, e só se tinha notícias alguns dias depois, quando o fenómeno estava à superfície", disse à agência Lusa o responsável pelo Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores (OVGA).
O vulcão dos Capelinhos entrou em erupção às 06:45 da madrugada de 27 de setembro de 1957, faz 57 anos no sábado, e esteve em atividade 13 meses, tendo desalojado milhares de faialenses que tiveram que emigrar, mas sem provocar mortos.
Vítor Hugo Forjaz especificou que o vulcão surgiu a "escassos 500 metros a um quilómetro" da ilha do Faial e junto ao farol dos Capelinhos, pelo que foi "filmado, fotografado e gravado desde o seu 'nascimento' até ao dia em que desapareceu, no ano seguinte, em outubro".
"O vulcão dos Capelinhos foi um exemplo científico descrito com pormenor, cartografado, dada a sua proximidade com terra e a sua diversidade de evolução. Passou de submarino a terrestre com uma série de variantes, tendo adquirido a condição de estrela", afirmou.
O responsável pelo OVGA explicou que o vulcão continua, volvidos todos estes anos, a ser observado pela comunidade científica internacional, uma vez que, estando numa ponta da ilha do Faial, foi atingido pela erosão.
"Todos os anos, a erosão dá-lhe um corte, desmantelando-o, podendo-se ver o seu interior, o que permite aos vulcanólogos e aos físicos estudar como o magma se movimenta em fraturas e fendas. Todos os anos temos uma radiografia do interior do vulcão", referiu.
O vulcão dos Capelinhos "não morreu em termos científicos", apesar de não ter a espetacularidade do início da sua atividade, surgindo na ilha do Faial cientistas para procederem à recolha de imagens de filões, lava e bagacina, entre outros materiais, acentuou.
Vítor Hugo Forjaz é natural da ilha do Faial e assistiu, com 16 anos, à erupção dos Capelinhos, referindo que esta foi anunciada por "pequenos abalos de terra".
"Eu estava numa situação especial porque meu pai pertencia à Junta Geral do Distrito Autónomo da Horta. Ele foi das primeiras pessoas a serem chamadas e eu apareci lá em cima, nos Capelinhos. Cheguei lá e vi o mar a borbulhar a escassos metros", contou.
Vítor Hugo Forjaz referiu que o fenómeno deixou os faialenses "admirados", tendo a admiração passado depois para um "certo pavor porque o farol oscilava como se fosse um pêndulo", enquanto as cinzas começavam a queimar as culturas e tudo que era verde.
O vulcão dos Capelinhos possui desde agosto de 2007 um centro de interpretação que preserva a imagem na área afetada pelo fenómeno natural, estando o edifício submerso nas areias vulcânicas.